PRATICANDO METTA
BHAVANA
A partir daqui,
praticam-se os cinco passos.
3.2. Em segundo lugar, enviar essa energia, esse cúmulo de Sabedoria-Amor aos nossos melhores amig@s. Podemos visualizar cada um deles/delas, ou fazê-lo mais em geral, dependendo do tempo e do interesse que tivermos.
3.3. Em terceiro lugar, canalizamos essa energia em direcção de
aquelas pesssoas com as quais não temos relação particular alguma (o motorista
do autocarro, alguma pessoa que encontramos todos os dias no nosso caminho, mas
que não saudamos, aquele/a vizinh@ do prédio, etc.), mas que fazem parte do
nosso quotidiano.
3.4. Em quarto lugar, e isto é um bocadinho mais difícil, enviamos
essa energia positiva aos/às nossos/as inimigos/as, ou pelo menos, àqueles/as
que se consideram como tais. Tentamos enviar-lhes a maior compreensão possível,
muita sabedoria na sua vida, boas e sábias decisões no seu actuar, que
encontrem e estendam muito amor à sua volta, etc.
Praticar este ponto é viver em concreto o princípio evangélico de amar aos
nossos “inimigos” (ou, pelo menos, àqueles que se consideram assim frente a
nós...)[3](Nota:
convém praticar este ponto só depois de praticar os anteriores).
3.5. Finalmente, em quinto lugar, enviar esta energia ao mundo
inteiro, visualizando povos, países, continentes, etc. Podemos enviá-la
aos chineses, indianos, brasileiros, portugueses, espanhóis, angolanos,
australianos, etc.
Uma menção especial merecem os povos que se acham em guerra, pela estupidez
dos seus dirigentes, assim como no caso de conflictos sociais, para que a
justiça se imponha como o mais racional para tod@s (mas não esqueçamos que a
prática desta oração empurra-nos a lutar, igualmente, na prática social, para
que a justiça se faça realidade...).
Este quinto passo faz ser a nossa oração, realmente, universal e até
cósmica, se quisermos. Quebra a rotina da prática do nosso habitual egoísmo
quotidiano.
4. Quanto tempo praticar?
Isso depende das nossas possibilidades, do tempo disponível, e sobretudo,
da confiança, e até da fé que depositemos num tipo de oração semelhante. Pode
ir desde cinco ou dez minutos, até uma hora ou mais, diária ou, somente, de vez
em quando. O melhor, sem dúvida, é praticá-la o mais amiúde possível.
Mas uma coisa posso garantir: se a nossa energia é tão “débil” (ou seja, se
a nossa capacidade de amar é tão “fraquinha”) que não “alcança” àqueles/as a
quem nos dirigimos, pelo menos fortalece o nosso próprio coração e aprofunda a
nossa capacidade de Amar, inclusivé aos nossos/as inimigos/as[4].
Boa prática, pois, e talvez nos encontremos nalgum momento a cruzar
energias...
E pensem, esta Energia é como a luz da vela: se a compartilhamos,
não enfraquece, mas multiplica-se.
nagpur
(india)
27.11.08.
[1] Cfr. SAMUEL WOLPIN, Diccionario de Filosofía Oriental.
Kier, Buenos Aires, 1993, p.236.
[2] Cfr. Lc 10, 27 ss. e paralelos, com a parábola do Bom
Samaritano a continuação (29-37).
[3] Cfr. Lc 6, 27 ss. e paralelos, onde se nos convida a
amar os nossos inimigos e a orar pelos que nos perseguem.
[4] Se não pudermos praticar
esta oração com eles/elas, muito menos vamos poder fazer algo prático por
eles/as na realidade. De facto, esta é uma ótima preparação para passar
à acção e, aliás, porque também, às vezes, já nem sequer podemos aceder a
eles/elas... Este é assim o começo de construir a Paz a partir dos
nossos corações!.